O futuro de Ilhéus entregue ao caos; conselho tutelar vive drama

Esta é a situação do prédio onde funciona o conselho
JBO

Exclusivo. O conselho tutelar de Ilhéus vive um momento de total desaparelhamento, prejudicando a defesa do direito da criança e do adolescente. Dividido em dois Zonais centro/sul e Norte/oeste, o conselho tutelar de Ilhéus atende em um só prédio mensalmente cerca de 240 famílias com casos de maus-tratos e de violência física e psicológica. Cerca de 40% dos casos são de adolescentes vitimas das drogas, além de um número significativo de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual em que, na maioria dos casos, os principais suspeitos estão dentro da família ou é alguém próximo da vitima.

Segundo apurou o Jornal Bahia Online, para atender adequadamente a estes casos,  a cidade de Ilhéus deveria dispor de uma casa de passagem e outra de Recuperação para adolescentes vítimas das drogas. “Infelizmente, não dispomos de nenhuma das duas. Quando temos que fazer a internação desses adolescentes recorremos à cidades vizinhas como Itabuna, Vitória da Conquista, Alagoinhas, Porto seguro, Feira de Santana e Salvador”, garante um dos conselheiros. Além disso, Ilhéus não tem casa de reabilitação, clinica Psiquiátrica, delegacia especializada para a infância e adolescência, abrigo masculino, família acolhedora, o Caps AD está fechado sem médico especializado na área para atender as crianças e adolescente vitimas dependência química.

“E aí você me pergunta: e as crianças? As crianças como sempre vivem a deriva, pois não existe uma política pública que respeite a lei e que deposite a parte que cabe ao fundo municipal dos direitos da criança e do adolescente. Sem Políticas Públicas para esta parcela da sociedade sem nenhum tipo de controle e de trabalho contra a violência a que estão sujeita nossas crianças, em casa, nas escolas, nas ruas, o que podemos esperar delas no futuro?”, questiona na denúncia feita ao JBO.

De acordo com o conselheiro, a Prefeitura que é a responsável por dar o suporte ao órgão, como reza o artigo (ART.134 do eca) “não tem cumprido seu papel e parece pouco sensível ao direito assistido pela criança e pelo adolescente em flagrante desrespeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Uma prova disso é que muitas vezes recebemos crianças e adolescentes de outras cidades, frequentemente em horário noturno e invariavelmente, quando ligamos para secretaria responsável o telefone está desligado ou, quando atende, diz que não tem onde colocar. Ficando a cargo do conselheiro plantonista resolver um problema que não é de sua alçada”, lamenta.

A sede do Conselho Tutelar sediada na Rua Dom Manuel Paiva, travessa Luzitania, no centro da cidade, na antiga rua do café é um verdadeiro caos. O denunciante enviou uma série de provas que confirmam as críticas. Os banheiros estão quebrados, com vazamentos, portas sem fechaduras, equipamentos sucateado. Falta arquivos. “Estamos sem cadeiras para atendimentos, estamos há mais de um ano sem internet, sem o telefone fixo (73 3231 7311) que atende a comunidade Ilheense e as cidades de todo Brasil, alem disso o prédio não atende os requisitos legais da acessibilidade.